A associação das empresas de distribuição, a APED, critica a limitação de horários imposta pelo Governo no combate à propagação da Covid-19, alertando que medidas como essas poderão trazer "custos incalculáveis para o emprego e para o país". Em carta aberta enviada ao primeiro-ministro, António Costa, a APED, que tem 167 associados, pede que além de eliminar a limitação horária se deveria "aumentar o rácio de 5 para 10 pessoas por 100 m2 de forma a dar fluidez à circulação de clientes, situação que, aliás, tem o acordo da DGS".
A associação alega que "a limitação de horários apresentada para o retalho não alimentar é fator perturbador do bom funcionamento dos espaços comerciais". Desde logo, porque contribui para "concentrar as compras de natal em horários reduzidos", o que "só contribuirá para provocar ajuntamentos de pessoas à porta das lojas, precisamente aquilo que se quer evitar, situação que acontece hoje com o setor do retalho especializado que foi literalmente fustigado desde o inicio da pandemia".
Para esse setor do retalho especializado, por exemplo, faria sentido "autorizar o chamado click and collect, ou seja, permitir que o cidadão se desloque a um ponto de recolha em segurança, para levantar uma encomenda". "Seria uma forma simples e fácil de manter as empresas a funcionar sem perturbar a saúde e a segurança de todos", diz a associação.
Num período particularmente difícil para o país é fundamental que o ecossistema continue a funcionar. O sector do retalho tem demonstrando uma enorme capacidade de resiliência e inovação para fazer face às adversidades e para manter os mais de 130.000 postos de trabalho pelos quais é responsável, dando um contributo decisivo à indústria e para que toda a cadeia de valor esteja ativa", diz a APED.
"Os nossos espaços comerciais são lugares seguros, onde há confiança por parte dos colaboradores e consumidores e onde as pessoas não convivem, usam máscaras e têm um objetivo: ir às compras no menor tempo possível e em segurança", defende a associação, que sublinha que foi "um aliado do Governo desde a primeira hora" na promoção da saúde pública e no serviço dos cidadãos com bens e serviços essenciais.
Source: observador.pt
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