воскресенье, 1 ноября 2020 г.

Charles Aznavour, o improvável cineasta

Em 1948, Édith Piaf ofereceu a Charles Aznavour (que, à época, era simplesmente um dos seus mais próximos colaboradores) uma câmara de filmar Paillard Bolex. Com essa câmara, e até 1982, aquele que viria nas décadas seguintes a afirmar-se como uma das principais figuras da chanson française haveria de gravar cerca de quarenta horas de filme, retratando na primeira pessoa a sua carreira profissional e a sua vida privada. Ainda que este episódio biográfico não seja referido no documentário que esta semana estreou na salas de cinema portuguesas (depois de ter passado pelo IndieLisboa 2020), é ele que está inequivocamente na génese mais remota do seu projeto. O de montar e de transformar numa obra coerente uma parte do material que Aznavour foi filmando ao longo dos anos.

Quanto à génese próxima do projeto, essa é detalhada por intermédio dos sucessivos intertítulos que acompanham as suas cenas iniciais. Graças a eles, ficamos então a saber que, em 2017 (isto é, um ano antes da sua morte), Aznavour decidiu confiar o seu arquivo videográfico privado ao francês Marc di Domenico, dando-lhe carta branca para retrabalhar os seus pequenos filmes como bem entendesse. Deles, o realizador conseguiu arrancar um documentário singular, que parece ser comandado pelo desejo de dar resposta a uma pergunta nunca expressamente formulada: a de saber se, além de ter sido um dos músicos mais bem sucedidos do seu tempo, Aznavour não teria sido, também, um cineasta em potência.

Source: expresso.pt

Комментариев нет:

Отправить комментарий