O plástico nos oceanos poderá começar finalmente a diminuir? Uma super-enzima criada artificialmente por cientistas a partir de duas enzimas descobertas numa bactéria comedora de plástico encontrada numa lixeira japonesa parece degradar garrafas de plástico a um ritmo seis vezes superior do que até agora se conseguia. Se esses resultados puderem ser escalados, começará finalmente a haver luz à vista num dos principais problemas ambientais do nosso tempo.
A presença de microplásticos tem sido detetada numa série de alimentos de consumimos, e até no ar que respiramos. Como o plástico é extremamente difícil de decompor naturalmente, e o ritmo de acréscimo é avassalador — todos os dias se vendem milhões de garrafas plásticas em todo o mundo, fora outros objetos — o problema parece insolúvel. Campanhas contra os plásticos de utilização única, embora necessárias, não representam mais do que uma gota de água no oceano da solução que é necessária.
Com a super-enzima agora descoberta, e outras versões delas potencialmente ainda mais eficazes, a luta passa para outro plano. Segundo explicou ao «Guardian» John McGeehan, o cientista da Universidade de Portsmouth (Reino Unido) que dirigiu o estudo em colaboração com instituições americanas, trata-se de aprender com a natureza e produzir algo que seja industrialmente relevante.
Uma das duas enzimas combinadas ataca a superfície das garrafas e outros materiais, e o outra acelera a decomposição dos materiais químicos resultantes.
Uma combinação da super-enzima com outras que decompõem algodão poderá ser especialmente útil a combater outro flagelo maciço de poluição: o dos têxteis que misturam poliéster com algodão. Segundo o «Guardian», milhões de toneladas desses materiais também são deitados fora ou queimados todos os anos.
O estudo foi publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, uma revista científica de referência.
Source: expresso.pt
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