четверг, 29 октября 2020 г.

Quatro filmes para ver esta semana

Robert Zemeckis realiza e Guillermo del Toro e Kenya Barris assinam o argumento deste "remake" menor do filme de 1990 de Nicolas Roeg, que adapta o clássico de "dark fantasy" infantil escrito por Roald Dahl. A história é transferida de Inglaterra para o sul dos EUA nos anos 60 e até aqui o politicamente correto se manifesta, já que o pequeno herói e a sua avó são agora negros. O enredo mantém-se basicamente igual ao do filme original, com exceção (e desnecessariamente) do fim, mas tanto faz. Anne Hathaway não chega nem aos calcanhares de Anjelica Huston, que era uma magnifica e assustadoramente credível Bruxa-Mor no original de Roeg, os efeitos digitais não têm o mesmo encanto nem impacto dos efeitos mecânicos e de maquilhagem do primeiro filme, e o ambiente de comédia de terror cruel (as bruxas que querem transformar todas as crianças do mundo em ratinhos) construído por Dahl e reproduzido por Nicolas Roeg na versão de 1990, dilui-se aqui em manigâncias de computador, "gags" insípidos e muito espalhafato. Zemeckis já foi um bom contador de histórias, agora parece ter-se transformado em mais um prestidigitador de efeitos especiais.

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Uma comédia de e com Valérie Donzelli no papel de uma arquiteta parisiense divorciada e com dois filhos pequenos, que ganha — literalmente — por artes mágicas um importante e milionário concurso para construir uma estrutura inovadora junto à Catedral de Notre Dame (a fita foi rodada antes do incêndio que atingiu o monumento). Donzelli diverte-se a satirizar a arquitetura contemporânea e as controvérsias que surgem quando os municípios apostam em patrocinar obras públicas que são, esteticamente, muito longe de serem consensuais, embora a realizadora, argumentista e atriz não precisasse de introduzir um elemento fantástico-extravagante em "Notre Dame de Paris", que se manifesta mais absurdamente no final da bicicleta que levanta voo, e que não convive bem com o registo comédia ligeira estriada de farsa predominante na fita.

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Já data de 2017 este filme da brasileira Marília Rocha, em que Teresa (Elisabete Francisca Santos), uma jovem portuguesa, deixa o seu país para ir morar para o Brasil, instalando-se na acanhada casa de Francisca (Francisca Manuel), uma amiga também portuguesa que mora em Belo Horizonte há quase um ano, tem um namorado brasileiro, gosta de viver sozinha e está mais adaptada ao país. Percebe-se que a realizadora quer explorar as diferenças de personalidade entre as duas principais protagonistas, que têm que conviver num espaço limitado, e as respetivas diferenças na forma de habituação a uma nova cultura e um novo estilo de vida, mas o filme é muito mortiço e pobre em peripécias que espevitem a intriga e as personagens, e as interpretações são quase todas pouco mais que amadoras.

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Desde que, em 1948, Edith Piaf lhe ofereceu uma máquina de 16 mm, que Charles Aznavour não mais parou de filmar tudo e todos em seu redor, à medida que se ia tornando cada vez mais famoso e os espectáculos, ou as férias com a família, o conduziam aos quatro cantos do mundo. Pouco antes de morrer, em 2018, com 94 anos, Aznavour, que tinha todo este material catalogado e guardado na sua casa do Sul de França, confiou-o ao seu produtor e amigo Marc Di Domenico, também realizador de um documentário sobre ele, "Autobiographie," para que o transformasse num filme. E eis este original objeto, situado algures entre o auto-retrato cinematográfico e o filme autobiográfico, composto por imagens filmadas pelo cantor entre 1948 e 1982. "Aznavour por Charles" foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.

Source: observador.pt

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