O Banco de Portugal prevê que a taxa de desemprego seja de 7,5% em 2020, uma revisão em baixa face aos 10,1% projetados no Boletim Económico de junho, foi hoje anunciado.
O Boletim Económico conhecido hoje aponta que, devido à contração da atividade decorrente da pandemia de covid-19, haja um aumento da taxa de desemprego para 7,5% em termos médios anuais, face aos 6,5% em 2019, valor que representa uma revisão em baixa face à divulgada em junho.
«A especificidade da crise pandémica implicou uma diminuição da taxa de desemprego no primeiro semestre de 2020, num quadro de uma redução significativa da população ativa. Com a normalização gradual das circunstâncias associadas à pandemia, projeta-se um aumento da taxa de desemprego e da população ativa na segunda metade do ano», lê-se no documento do banco central.
Já o emprego «cai menos do que seria de esperar, face a anteriores períodos de recessão» e a previsão da queda para este ano é de 2,8%, melhor do que a redução de 4,5% prevista pelo banco central em junho.
Segundo o Banco de Portugal, «esta reação mais mitigada do emprego não é alheia às políticas extraordinárias e temporárias de proteção do emprego, com destaque para o ‘lay-off’ simplificado e medidas sucedâneas apresentadas no Programa de Estabilização Económica e Social».
Contudo, acrescenta, «as decisões de contratação das empresas continuarão condicionadas pela existência de recursos subutilizados e pela incerteza quanto às perspetivas de procura».
Na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, considerou que no mercado de trabalho o impacto da crise foi «mitigado pelas políticas adotadas» e que o impacto tem sido muito visível nos números da subutilização do emprego (menos horas trabalhadas) e no aumento dos desencorajados (pessoas que não procuraram ativamente emprego mas estão disponívis para trabalhar) para 312 mil no segundo trimestre, o valor mais alto desde o início da série estatística do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2011.
Segundo o Boletim Económico, a subutilização do trabalho cresceu 10,7% no segundo trimestre de 2020, em termos homólogos, tendo a taxa de subutilização do trabalho sido de 14%, «ainda assim inferior à atingida na crise anterior».
O conceito de subutilização do trabalho inclui população desempregada, os desencorajados, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis para trabalhar e o subemprego decorrente da existência de trabalhadores a tempo parcial que pretendem e estariam disponíveis para trabalhar mais horas, de acordo com o relatório.
Source: expresso.pt
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